quinta-feira, maio 05, 2011

Amarga, não.

Não é que eu sou amarga, mal amada talvez, mas não carrego nada como consequência disso, só garanto que amarga, não. Eu me envolvo até a ponta do cabelo, gosto, apaixono, amo até, mas também tenho dificuldade em me prender (ou vantagem ao me relacionar, depende do seu modo de ver a situação). O fato é que mesmo quando amo, continuo enxergando as coisas como elas realmente são.

Penso da seguinte forma: o cara é legal, pode até ser o tipo ideal para se construir uma família quando isso fizer parte de meus planos, me faz muito bem, é lindo, e ainda que não, é fofo, inteligente, educado, fala bem, tem tudo a ver comigo, e nossa, que pegada... Estou apaixonada, amando. Mas ele ainda é um cara.

Um cara como os tantos outros com que eu já me envolvi, me apaixonei, amei e senti no final das contas, a mesma coisa que sinto agora (entenda que isso é uma hipótese, não estou sentindo nada). É um cara que está me proporcionando tudo isso porque no mínimo existe reciprocidade, porque deve estar sendo ótimo para ele também, mas que se em algum momento eu mudar, ainda que eu não mude, mas ele venha a enjoar, enojar e afins do que está rolando, ou conheça outra pessoa que passe a proporcionar a ele algo melhor, mais intenso, mais quente (vai saber!) e resolva me dar um pé na bunda, sutilmente ou não, ponto para ele.

Todo mundo tem esse direito. A partir do momento que eu me sinto melhor com outra pessoa, em outro emprego ou com outro perfume, eu tenho todo o direito de abraça aquilo para a minha vid. Eu estarei sendo mais feliz, e sendo realista, isso não é direito, é dever. Eu abraçar a minha, você abraçar a sua felicidade (que pode ser um simples momento vivenciado), é dever.

Eu, euzinha aqui, não abriria mão da minha pelo outro. Isso não é egoísmo, eu simplesmente não me condeno pelo que não condenaria o outro, eu me perdôo pelo que perdoaria o outro. Exatamente por isso, tenho praticado tão bem o desapego.

Até entendo porque já vivi isso, mas hoje acho débil ficar sofrendo por alguém. Eu vivi 22, 28, 33, 50 anos da minha vida sem ele, e porque agora ele vai o ser ar que eu respiro?

O meu ar pode até se resumir a alguém, mas a alguém que abriria mão da sua felicidade por mim, alguém por quem eu abriria mão da minha duas vezes antes de pensar. As pessoas que se encaixam nesse perfil, são a minha família, e uns poucos amigos irmãos que posso contar nos dedos de uma mão. Ah! E depois deles, também tenho outras prioridades.
Eu sou nova nisso, mas adoro a "filosofia" que eu enxerguei e abracei para a minha vida e espero que você me entenda, logo mais, em alguns anos ou ao passar por algumas experiências. Pense comigo, seriam menos depressivos, suicidas, agressores, menos relacionamentos sustentados por pena... A não ser que você goste de toda essa palhaçada, aí, paciência.


(Camila Souza)



2 comentários:

  1. Camila sou uma das suas fãs leio sempre o seu blog, como tantos outros mais o seu acaba me impressionando, ao ler um dos seu posts lembro de uma frase de Mario de Andrade que diz assim "Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi", e realmente vc acaba passando sinceridade e realidade, envolve o leitor. Simplesmente adoro vc e logicamente seu Blog.

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  2. Identifique-se querida anônima. Você tem noção do prazer que é ler esse comentário? Se não, espero que o veja nos meus próximos posts. Terá um pouquinho de você em cada um deles.

    "Uma inspiração muda tudo."

    Beijos!

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