sábado, maio 14, 2011




Prometo não lembrar todas as manhãs que, esteve presente em meus sonhos; também, não notar a ausência neles. Prometo simplesmente deixar que passe, e não mais abraçar quando surgir em minha lembrança; nem tentar lembrar quando perder na troca de tapas com a saudade. E quando que, se retire do meu campo de visão não for uma escolha minha, e que eu me retire não seja o que minhas pernas trêmulas ordenarem, prometo não passar os olhos nos olhos que sei que estarão fixos nos meus na busca de um resquício de amor; nem no sorriso que ao tempo que seduz, trás sentimento de culpa pela beleza infantil que tem; nem nas pontas dos dedos longos que buscava com as pontas dos meus dedos ao colar a palma da minha mão, na palma; nem na pele linda, e mais quando molhada de suor; nem nos braços cortados por veias excitadas, tão viris, másculos. Também não ouvirei a voz que tecia comentários pelas manhãs sobre o meu hálito bom, muito menos sentir ao vento o hálito agridoce que me tocava antes de cada beijo. E se um toque acidental ocorrer, prometo estar preparada para suportar a descarga elétrica que me arrepia, acelera batimentos cardíacos, racionais, e não transparecer tamanho abalo. Prometo que lacunas serão preenchidas por um amor enorme, e próprio; e que se outro amor vier a penetrá-las novamente, será mistura, nada mais de uma única unidade. Nada mais de um ser parte, apenas estar no outro; porque voltei para mim e alimento uma possessividade grosseira, e vital. Prometo. Prometo-me.
Faço promessas que serão promessas até que, todas sejam cumpridas não para não mais violar-me, infringir-me, desacatar-me, mas porque foram desintegradas em minha boa memória, juntamente com tudo que as fundamentaram.


(Camila Souza)



3 comentários: